terça-feira, 13 de abril de 2010

Minha tia falecida estava me olhando, próximo ao seu caixão.


Fui informado do falecimento de minha tia avó, ela estava acamada há mais de ano. Um longo sofrimento e que para muitos havia encontrado o descanso. Chamei um amigo para me acompanhar no velório. Chegamos pro lá por volta das 20 Horas, ele não entrou, pois não gosta de ver pessoas falecidas, preferindo ficar na calçada onde se encontrava outros parentes.
A casa, localizada no Bairro Porangabussu, Fortaleza, é antiga, construída num terreno mais elevado, com relação a calçada, alguns degraus dão acesso a casa.
Adentrei a sala, onde estava o caixão. Observei o corpo de minha tia, que parecia dormir. Veio a mente meus tempos de criança quando freqüentávamos sua casa, boas recordações.
Ao sair de perto do caixão rumei para falar com minha prima, hoje também falecida, que cuidou de minha tia nos últimos anos. Ela estava sentada numa área entre o caixão e a porta de rua.
Rita Maria, prima de 2° grau, relatou o sofrimento, a dificuldade de locomoção e as dores. Enfim toda trajetória que culminou em seu falecimento. Prestei atenção ao depoimento. Algumas vezes fazia algum comentário.
Não sei o porquê, mas em determinado momento da conversa deu vontade de olhar para a porta da rua. Foi quando vi uma coisa estranha. Uma fumaça azulada subindo pela porta, o que me deixou curioso. Mas deixei pra lá e continuei ouvindo a conversa.  
Minha prima continuava falando, quando deu vontade de olhar para porta mais uma vez. Observei que a fumaça azulada estava tomando forma. Fiquei assustado e voltei a olhar pra minha prima, que percebeu algo de estranho em mim.
Passou-me um nervosismo e a vontade de levantar a cabeça novamente, com muito esforço consegui. O susto foi grande, pois a fumaça azulada se transformou numa pessoa que logo reconheci. Era a minha tia falecida.
Bateu-me uma tonteira e senti uma quentura saindo do peito, algo parecia queimar dentro de mim. Minha prima me perguntou o que estava acontecendo e eu falei que estava vendo minha tia. Não me lembro direito o que aconteceu depois. Quando me dei conta estava sendo carregado por meu tio que me ajudou a sentar numa cadeira da calçada.
Aos poucos fui voltando a si. Lembro que meu tio, que é ateu, ficou impressionado com o que contei, assim como os demais presentes.
Foi uma experiência não muito legal. E eu que achava que velório seria local improvável de fenômenos desse tipo... Foi tudo verídico, pois de maneira alguma iria brincar com esse tipo de coisa, principalmente sendo num local de respeito e com um familiar meu.

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