quarta-feira, 14 de abril de 2010

Gustavo recebeu mensagem?


Gustavo é o meu sobrinho, uma criança que não pára quieto, uma fonte inesgotável de energia. Creio que hoje ele tenha uns seis anos de idade.
A curiosidade dele é que desde os três anos conta histórias incríveis, em que afirma categoricamente ter vivido uma outra vida. Fala de sua mãe, de seu pai e da vida que tinham num outro período. Comenta ainda na hora em que escolheu a atual mãe (minha irmã, por sinal), segundo ele se fosse preciso escolheria a mesma de novo. Enfim, são muitas histórias contadas por Gustavo. Tentarei contar algumas.
Nessa história eu estava inserido, difícil de esquecer.  Aconteceu na noite do meu aniversário.
Minha família é dividida em dois núcleos, como na maioria delas. O núcleo do meu falecido pai e o da minha mãe.
A do meu pai mora mais distante, na barra do Ceará. Sou louco pela aquela gente, desde criança, quando passávamos finais de semanas e férias na casa deles. Adorava minha Tia Maria (quem não teve ou tem a sua querida tia Maria, não?), sempre queria ir pra casa dela. Mas ela faleceu e aos poucos fui deixando de ir lá com mais frequência. 
Minha tia Maria, como os demais tios, me chamava de "Antõe" Régis, "Antõe" mesmo, invés de Antônio.
Diferente da família de mamãe, que sempre morou próximo e tínhamos um maior contato. Pra eles, como até hoje lá em casa, sou apenas o Régis. Gustavo não conheceu minha tia Maria e não teve muito contato com os demais da Barra do Ceará.
Minha tia era morena e possuía os cabelos não muito compridos e brancos, quase prateados, isso antes de nos deixar.
No dia do meu aniversário, no início da noite, estava sentado na sala, acho que estava estudando. Gustavo brincava no chão, como toda criança, conversava com os brinquedos. De vez em quando eu pegava parte da conversa, apesar de tentar me concentrar no que estava fazendo.
Após algum tempo vi que ele citava o nome do pessoal de casa, mandando um beijo pra cada. Num determinado momento ouvi bem claro quando ele disse: Um beijo para o "Antôe " Régis... Poxa tomei um baita susto. Lembrei que tia Maria, que ele não conheceu, me tratava assim. Pra mim foi como um murro no coração. Levantei imediatamente e perguntei o que ele havia dito. Ele repetiu: Um beijo para o Antõe Régis. “Quem mandou você dizer isso, Gustavo?”, foi minha reação. Ele se assustou e não quis falar comigo mais. Ainda tentei insistir, mas vão. Achei melhor parar por ali mesmo.
Quando minha irmã chegou contei o acontecido. Ela com muita calma conversou com ele (coisa de mãe) e num determinado perguntou quem mandou o beijo para mim. Ele respondeu: “Foi uma velhinha do cabelo bem branquinho, mãe”. Creio que minha irmã parou a conversa por aí mesmo. Ficamos impressionados com o caso.
Não preciso tirar conclusão alguma, o fato diz tudo, foi o que pensei.  Cada pessoa também tem o direito de tirar a sua própria, não é mesmo?
Existem outras histórias em que Gustavo é o protagonista, coisas muito interessante, verei o que poderei contar.

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