quarta-feira, 9 de novembro de 2011

INSATISFAÇÃO EXISTENCIAL DO PRAZER


                                                                                 De Régis Brasileiro

Um dia borbulhei os balbucios da reação.
Precisei esganar da verdade curiosidades incestuosas do império abstrato.
Necessitava de inimigos para burlar a mentira da exatidão...
Tenho certeza que poderia estar sóbrio.

Agora, entregar-me-ei ao acaso, cuspindo para longe esculturas entre beliscos,
São as entranhas das verdades que me obcecam.
Lembra das miçangas e bijuterias escondidas na urna funerária?
Aquela cravejada de Rubis, turmalinas e antenas das baratezas?
Vamos resgatá-las sim, para adornar o nobre sentimento da soberba.

Saiba que desejei mesmo entender a fobia da gloria derrocada...
Dos ínfimos paladares que não visitam o gosto azedo da escuridão.
Claro que foi sim, mas acabei por me perder nas gosmentas entranhas das fantasias...

Nada não,
Tempos depois fui orar diante o velho pinguim despencado daquela caixa...
Aquela gelada, em que se guardam desejos impróprios dos corpos mórbidos.
Estão aguardando a incineração para fugirem pelas podridões dos esgotos esquecidos...
Ou o liquido da perdição e da injúria desabonada num aparelho fétido.

Resta aguardar a hora de retornar à pureza e despencar da máquina celeste.
Findará assim o desejo implícito da sede de uma noite abstrata...

Enfim, foi aberta a sepultura mais uma vez.
Agora guardarei para sempre o nefasto perigo que aniquilaria a raça da indigestão humana...
Chorem, chorem, chorem...  Despejem as lágrimas adestradas.
Depois esqueçam, pois não trarão à tona a verdade que tanto buscaram em
torno da insolvência particular do teu minúsculo desejo de querer...

Vão!  Deixem-me ir...
Vou cozinhar o marasmo oculto das curvas sublinhadas...
Dos gases esporádicos da inalação submersa dos atrativos.
Estão arquivadas na demanda inserida ao caos.

E não esqueça:
É necessário ver o “calçador” friccionado à constelação da importância existencial...
Veja...  Está pregueada no solado toda a sujeira que pisaste em todos os
atos de tua caminhada...
Observa-te o que aprontastes...
E vai-te para o teu mundo...
Nem pense em olhar para trás.
O dia já acabou.


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